Nos acostumamos com a sigla em inglês ESG (do inglês Environmental, Social and Governance), que abrange iniciativas voltadas à sustentabilidade e responsabilidade social. A pandemia intensificou a discussão sobre práticas de consumo e produção que contribuam para a redução de gases de efeito estufa. Mas você já pensou em implementar práticas ESG em seu laboratório?
A gestão de resíduos em um laboratório de análises clínicas é uma prática ESG essencial, não apenas sob o ponto de vista ambiental, mas também para a saúde pública, considerando a quantidade de resíduos potencialmente contaminados gerados diariamente. A manipulação e destinação correta desses resíduos são fundamentais para minimizar impactos negativos no meio ambiente e proteger a saúde das pessoas.
No Brasil, a gestão desses resíduos é regulamentada pela Resolução CONAMA 358/2005, que estabelece diretrizes para o tratamento e disposição final de resíduos de serviços de saúde, incluindo laboratórios analíticos, drogarias, farmácias, necrotérios, serviços de acupuntura e unidades móveis de saúde, entre outros.
Os resíduos de saúde são classificados em cinco grupos:
- Grupo A: Resíduos potencialmente infectantes
- Grupo B: Resíduos químicos
- Grupo C: Resíduos radioativos
- Grupo D: Resíduos comuns
- Grupo E: Resíduos perfurocortantes
A resolução também define critérios para seleção de áreas, segurança, sinalização e aspectos técnicos do processo de disposição final dos resíduos. A segregação é uma etapa crucial na gestão desses resíduos: eles devem ser separados e acondicionados em recipientes adequados, com identificação que reflita sua natureza e o potencial de contaminação.
Após a segregação, os resíduos recebem o tratamento adequado a cada tipo, conforme as normas vigentes. Por exemplo, resíduos infectantes passam por processos de desinfecção antes da destinação final, enquanto resíduos químicos são neutralizados ou incinerados, conforme orientação dos órgãos competentes.
O monitoramento constante dos processos de gestão de resíduos é essencial para garantir a eficácia e responsabilidade ambiental de cada laboratório. Auditorias periódicas permitem identificar falhas no sistema de gestão e propor melhorias, reforçando a sustentabilidade das operações e a segurança de profissionais, pacientes e do meio ambiente, e contribuindo para um futuro mais saudável para todos.
Resolução CONAMA 358/2005: https://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=453.