O exame anatomopatológico é realizado com fragmentos de tecido obtidos por biópsia, punch, endoscopia, punção por agulha grossa ou com peças cirúrgicas, com a finalidade de identificar alterações teciduais e correlacioná-las com informações clínicas e de outros exames, como endoscopia, citogenética e métodos de imagem.
As etapas do exame estão descritas a seguir:
Etapa 1. Análise macroscópica da amostra a olho nu
Inicialmente, é feita uma análise macroscópica do material obtido, e fragmentos selecionados são encaminhados para inclusão em parafina.
Etapa 2: Inclusão em Parafina
Os materiais biológicos têm cerca de 70% de água em sua composição. O processo de inclusão em parafina remove gradativamente a água com o uso de solventes orgânicos e preenche o tecido com a parafina. Esse processo tem por finalidade deixar o material com uma consistência uniforme para que sejam realizados cortes finos com o uso de um micrótomo.
Os laboratórios utilizam cassetes plásticos perfurados e coloridos para manter o tecido seguro durante o processo de inclusão. A perfuração facilita as trocas de soluções utilizadas para a substituição da água pela parafina.
As cores variadas dos cassetes são indicadas para criar uma sistematização das amostras no laboratório, por exemplo, cores distintas para tipos de amostras variados, procedimentos variados, data de entrada do material etc. Além das cores diferentes, os cassetes podem ter vários tipos de abertura, perfurações e ângulos de impressão da área lisa usada para identificação da amostra. A identificação pode ser feita de forma manual ou com o uso de impressoras dedicadas que imprimem em ângulos de 30° ou 45°.
Etapa 3: Fatiar a amostra em parafina
Depois da inclusão em parafina, são realizados cortes finos, de 5 a 15 µm, com auxílio de um micrótomo. Esses cortes são fixados em lâminas. Podem ser utilizadas lâminas de vidro comum, mas as lâminas silanizadas e/ou com carga positiva, que atraem eletrostaticamente os cortes de tecido, são mais indicadas, pois melhoram a adesão do corte ao vidro sem interferir nos processos subsequentes.
Etapa 4. Coloração da lâmina
Os cortes fixados são submetidos aos processos de coloração para facilitar a identificação de estruturas. A técnica mais comum é a conhecida como HE – hematoxilina-eosina. A hematoxilina é uma substância de caráter ácido que cora estruturas basófilas com a cor azul-púrpura. Já a eosina é uma substância básica que cora estruturas acidófilas dos tecidos em vermelho.
Técnicas de coloração específicas podem ser utilizadas para identificação de estruturas específicas, como, por exemplo, coloração por prata para ressaltar estruturas reticulares não visualizadas pelo método de HE.
A coloração pode ser realizada em sistemas automatizados, ou com a utilização de cubas de coloração.
Em alguns casos, são utilizadas lamínulas sobre os cortes corados para melhorar a visualização ao microscópio e preservação do material.
Etapa 5: Análise microscópica dos cortes
Em muitos casos, essa análise define claramente uma condição patológica, como neoplasia, processo inflamatório ou infeccioso específico etc. No caso das neoplasias, é possível também definir o estadiamento do tumor.
De acordo com a legislação as lâminas analisadas devem ser mantidas pelo laboratório por 5 anos. Quando não digitalizadas, elas podem ser armazenadas em caixas apropriadas.