Mas como escolher o filtro de seringa ideal para a minha análise?
Em linhas gerais, tem-se que avaliar 3 coisas: a porosidade, o volume da amostra e o tipo de solução a ser filtrada.
1. Tamanho dos Poros
O tamanho dos poros dos filtros de seringa pode variar. Os tamanhos mais comuns são 0,22 µm e 0,45 µm e deve ser escolhido de acordo com características da amostra e a técnica a ser utilizada e na precisão necessária para a filtragem.
Ex: HPLC- filtro com 0,45 μm
UPLC - filtro com 0,22 μm.
Esterilização de água - filtro com 0,22 μm
2. Diâmetro
O diâmetro do filtro deve ser escolhido de acordo com o volume da amostra a ser filtrada, isso permitirá um fluxo adequado à capacidade da membrana
Ex: amostras de 1 a 10 ml: filtro com 13 mm de diâmetro
amostras de 10 a 100 ml filtro com 25 mm de diâmetro.
3. Esterilidade
Os filtros podem ser estéreis ou não. A escolha deve ser feita de acordo com o material utilizado e sua aplicação posterior. Para algumas aplicações os filtros poderão ser adicionalmente apirogênicos e livres de DNase/RNase.
4. Materiais dos Filtros e Suas Aplicações
A escolha do material do filtro deve ser feita de acordo com a natureza da solução que será filtrada. Alguns materiais filtrantes comuns são: PES (polietersulfona), NYLON, PTFE hidrofóbico, PTFE hidrofílico e PVDF.
PES (Polietersulfona):
- Características: Hidrofílico, alta taxa de fluxo (superior ao PVDF) e alta taxa de transferência. Baixa afinidade para proteínas e extratos.
- Aplicações: remoção de partículas pequenas como bactérias, vírus e fungos de fases aquosas
NYLON:
- Características: Uso universal, excelente estabilidade e flexibilidade química, durabilidade longa, resistente e esterilizável a 121°C.
- Aplicações: Filtração de solventes químicos aquosos e a maioria dos solventes orgânicos; usada em água para indústria eletrônica, micro elétrica e semicondutora; filtração de meios de cultura, drogas, bebidas e produtos químicos de alta pureza.
PTFE (Politetrafluoretileno) Hidrofóbico:
- Características: Boa resistência à temperatura, ampla compatibilidade química com solventes, excelente retenção de partículas, e compatível com vários métodos de esterilização.
- Aplicações: Filtração de gases e líquidos, desgaseificação e clarificação de amostras aquosas, filtração de ácidos e bases fortes.
PTFE Hidrofílico:
- Características: Semelhante ao hidrofóbico, mas com maior compatibilidade com solventes orgânicos agressivos e soluções aquosas.
- Aplicações: Filtração de solventes orgânicos agressivos e soluções aquosas.
PVDF (Fluoreto de Polivinilideno):
- Características: Baixa afinidade para proteínas, ampla resistência química e resistente à altas temperaturas. Compatível com ácidos agressivos e álcoois, mas não recomendado para acetona e DMSO.
- Aplicações: Filtração de amostras de proteínas diluídas (maximiza a recuperação).
AC (Acetato de Celulose):
- Características: Hidrofílico, baixa afinidade para proteínas e extratos. Máxima recuperação de proteínas
- Aplicações: Pré-filtração e filtração de tampões e meios de cultura. (Não necessita umidificação prévia). Indicado para soluções proteicas aquosas, culturas celulares, soluções enzimáticas, filtração de fluídos biológicos. Usado nas análises de nitrito/nitrato
MCE (Ésteres Mistos de Acetato e nitrato de Celulose):
- Características: Eficaz na retenção de proteínas. Excelente biocompatibilidade
- Aplicações: Filtração de soluções aquosas, particulados em óleo e bactérias. Clarificação de amostras biológicas. Preparação de amostras para cromatografia, esterilização de água.
GE (Fibra de Vidro):
- Características: Usado como etapa preliminar para evitar entupimento.
- Aplicações: Remoção de partículas grossas e pré-filtração.
SFCA (Acetato de Celulose Livre de Surfactantes):
- Características: Baixa ligação a proteínas, extratores reduzidos e baixo volume de retenção.
- Aplicações: Filtração de soluções aquosas, como tampões, meios e reagentes. Não contém agentes pré-umectantes.
Não deixe de conferir a tabela de compatibilidade da amostra com a membrana para não errar na escolha do filtro.