Conhecida como varíola dos macacos essa é uma doença transmitida pelo vírus monkeypox, do gênero Orthopoxvirus, pertencente à família Poxviridae. Também fazem parte dessa família o vírus da varíola e da Vaccínia (vírus que foi usado para desenvolver a vacina contra varíola). A doença tem sintomatologia muito semelhante à observada nos pacientes com varíola, mas é clinicamente menos grave. Considerada uma zoonose viral, os macacos não são hospedeiros e, portanto, não são transmissores deste vírus.
O contágio se dá por contato direto, pessoa a pessoa, através de gotículas respiratórias ou lesões da pele de pessoas infectadas, ou contato indireto com sangue, lesões na pele ou mucosas, fluidos corporais de indivíduos contaminados. Pode se dar, eventualmente, por contato com materiais contaminados como por exemplo roupa de cama ou objetos pessoais. Não existem evidências de transmissão sexual.
Desta forma, contato próximo com pessoas infectadas ou materiais contaminados deve ser evitado. Luvas e equipamentos de proteção individual devem ser usados ao cuidar dos doentes e pessoas infectadas, na unidade de saúde ou em casa.
O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a treze dias, mas pode variar de cinco a vinte e um dias, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Sintomas:
Existem quadros diferentes de sintomas para casos suspeitos, prováveis e confirmados. É considerado um caso suspeito quando qualquer pessoa, de qualquer idade, apresenta pústulas (bolhas) na pele de forma aguda e inexplicável, e esteja em um país onde a varíola dos macacos não é endêmica. Se este quadro for acompanhado por dor de cabeça, início de febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados, dores musculares e no corpo, dor nas costas e fraqueza profunda, é necessário fazer exame para confirmar ou descartar a doença.
Casos considerados prováveis incluem sintomas semelhantes aos dos casos suspeitos, com contato físico pele a pele ou com lesões na pele, contato sexual ou com materiais contaminados 21 dias antes do início dos sintomas. Um histórico de viagens para país endêmico ou ter tido contato próximo com possíveis infectados no mesmo período e/ou ter resultado positivo para um teste sorológico de Orthopoxvirus na ausência de vacinação contra varíola ou outra exposição conhecida ao vírus.
Os casos são confirmados quando há positivação em um teste laboratorial - qPCR (Reação em Cadeia da Polimerase em tempo real) para o vírus da varíola dos macacos ou ainda sequenciamento que identifique o vírus.
Quando é recomendado fazer o teste? Como ele funciona?
As lesões tipo bolha e bolha com pus são os melhores materiais para coletar e fazer o exame de PCR. Assim que elas surgirem o teste já pode ser realizado. A partir de amostras das lesões na pele, ele identifica a molécula de DNA do patógeno, com especificidade e sensibilidade de quase 100%. O resultado geralmente sai em até 4 dias corridos. No exame, são coletados 2 tubos com amostras de 2 lesões diferentes.
Tratamento: Não há tratamento específico para essa infecção e os sintomas tendem a desaparecer espontaneamente, sem necessidade de tratamento. Deve ser dada atenção clínica especial para o alívio dos sintomas, manejo das complicações e prevenção de sequelas de longo prazo.
Vacinas – A vacina contra o vírus da varíola tradicional é eficaz também para a varíola dos macacos. Segundo a OMS, pessoas com 50 anos ou menos podem estar mais suscetíveis já que as campanhas de vacinação contra a varíola foram interrompidas em todo o mundo quando a doença foi erradicada na década de 1980.
A prevenção e o controle dependem em muito da conscientização das comunidades e da educação dos profissionais de saúde para prevenir a infecção e interromper a transmissão.
O que diz a OMS sobre o estágio atual da doença: Atualmente foram diagnosticados mais de 47 mil casos em países não endêmicos para a varíola dos macacos. Nas Américas os casos se concentram principalmente nos Estados Unidos, Brasil, Canadá e Peru. A maioria dos casos ocorrem em pessoas do sexo masculino, 80% deles na faixa etária entre 25-45 anos e 82% dos pacientes se identificam como homens que fazem sexo com outros homens. A OMS apontou recentemente indícios de que o surto da varíola dos macacos poderá ser controlado em breve. Alguns países da Europa já apontam um declínio do número de casos semanais apesar da escassez das vacinas. A detecção precoce e o isolamento dos pacientes parecem ser os fatores determinantes para a redução do número de casos.
Fonte
OPAS: https://www.paho.org/pt/variola-dos-macacos